2.5.12

EROTISMO

A gente tem que festejar muito essa coisa de sermos livres hoje em dia. Não é novidade, mesmo para os ipsilons que no passado, a questão de liberdade sexual era uma questão discutida nos tribunais. Porém, as conquistas vieram e com aplausos concedidos à vanguarda dos anos 20, 30, 40 e por aí vai!
Eles transformaram a lenda em fatos! Ufa...
Convido vocês a passarem os olhos pelas obras de René Magritte e Georges Baitaille. Estes e outros tantos fizeram com que não nos sintamos estranhos no ninho ao dirigir o erotismo em conversas triviais.
O erotimo traz uma sensação de movimento, e literalmente faz um movimento de subida à cabeça, parte nobre do corpo humano, ligada à Deus. A parte de baixo, considerada a parte suja do corpo antigamente era ligada ao inferno. Que coisa mais antiquada! Um exemplo: a pintura de René Magritte, estética surrealista, de 1934, chamado Le Viol, no qual representa uma cabeça de mulher com duas tetas e uma vagina.
Ainda bem que nos libertaram e os conceitos mudaram. Não é preciso mais dividir as conversas  em seções temáticas com os amigos, pais e avós e naturalmente a questão leva a discussões históricas, mas não precisamos mais sair a lugares propícios para ir a procura de outros como uma sala de museu.
A nossa geração carrega a herança de libertação, portanto, vivamos a nossa época.
Misha





1.4.11

Mais eu

Neste momento eu estou morta. Uma obra inacabada como a vida. Nunca se sabe o que vem depois dela. Mas se espera que seja melhor. Não sei por que tantas teorias circundam o mundo. As pessoas abraçam teorias como se abraçassem gente. Muitas vezes não concordam com que elas transmitem. Como um abraço falso, vazio, inútil; mas preferem assim, pois desse modo ninguém nota ninguém. É impressionante como muita gente pensa que tem a perfeita noção do que é a felicidade, não a sua, a do outro. O que é pior. Num mundo assim, onde querem que o outro se anule, é o mesmo que convidar para um suicídio em massa. Não. Eu não quero ser como você. Convide outro pra viver o seu mundo, eu já tenho o meu.

Será que vou ter que viver uma justificativa após a outra até o fim da minha vida? Tudo gira em torno dos por quês. Estou cansada de perambular por eles. Não existem respostas pras suas perguntas. Existem fatos, nada mais. Por que preciso sempre ter uma frase pronta, sempre na espera de um afronto, uma negação ou juízo?! Parem de me olhar, deixem-me apenas viver. Estou certa, não me convidem para outra festa. Se carecerem de alguém para olhar, ainda existem os seus reflexos.

Misha

27.3.11

Clarissa

Existe uma história de que aos 27 anos de idade passamos por uma crise existencial.


Numa pesquisa feita na internet muitos artistas e famosos morreram aos 27. As causas são variáveis, mas a mais comum é a overdose. Talvez fazendo uma pesquisa para a idade 50 também ache múltiplas mortes de causas variáveis. Mas, a minha crise é dos 27 e é dela que vim falar.


É na crise dos vinte e sete que a gente para pra pensar em aspectos mais sórdidos e desagradáveis: "que diferença eu faço pro mundo? É na hora de mudar de emprego?"


Eu tenho tentado me impor como uma pessoa viva, que se movimenta com ritmo e luminosidade, assim como Clarissa, de Veríssimo - que escreveu o romance com 27 anos-.


A minha vida não é uma grande descoberta, não tenho 14 anos como Clarissa. Sou adulta, séria, exigente. Clarissa representa aquele mundo que já foi meu, ao qual desejo voltar, repetindo-o mais uma vez.


"Clarissa vai andando aérea, sem esforço, leve, como se tivesse asas. As abas do chapéu bamboleiam, moles, põem-lhe no rosto iluminado uma sombra mansa que lhe vai até o meio do nariz, dividindo-lhe o rosto em duas zonas distintas. Dentro da zona sombria os olhos fulgem. Dentro da zona luminosa os lábios ainda ficam mais encarnados. Clarissa não responde, não ouve, não atende. Anda longe, numa viagem maravilhosa.


Não adianta eu querer me impor à personagem, sou gente, de carne e osso.

Misha

26.3.11

Quando a memória dói



Faz tempo que não voltava ao beco. Recordar é viver. Quem vai me dizer que não?

Qual é o mistério dos átomos do pensamento e da lembrança, se enquanto eu lembro eu posso ver daqui de perto o Glíter nos olhos de pops, a doçura nos pés de Misha e o fogo dos cabelos de Polly . Se essa lembrança me ocorre sem mesmo que eu me force: o beco que outrora era um espaço real, agora é um espaço mítico, cheio de reminiscências com cheiro e cor. Amarelo mostarda, palha, e principalmente azul. Cheiro de brisa fresca e cor de entardecer. Amor no peito, gratuito e puro. água de chuva que goteja no meu antebraço, sereno caindo suave à noitinha, orvalho molhando as madrugadas, madeiras de janelas, meia luz da noite, cigarros de palha, pão de alho que era somente aquele, cervejas que eram somente aquelas e assuntos que eram aqueles. Quais eram? Eram todos! posso sorrir ao lembrar sem mesmo saber do real conteúdo. Posso sorrir apenas por sentir a carícia do tempo...

Sim. O beco é eterno. Tão eterno quanto o sertão de Guimarães que vive ali, passou e ainda é o mesmo: dentro da gente. de uma eternidade estranha, metonímica como a dor que desatinava sem doer de camões. É deste tipo de dor rara e suave a que estou me referindo. Dor de sentir aquilo que aperta no peito e que faz o relógio parar- dor da solidão de não ter por perto, de não poder voltar. Mas não essa dor tão nefasta, meus caros, afinal, a lembrança vive ali, irretocável e intacta e enquanto eu fecho os olhos, eu também posso ver...


E além disso tudo, foi um tempo de transição para mim. Mas aí são mangas para outros vestidos. rs

Cada uma seguiu o seu caminho. Quis evitar de pensar nisso enmquanto escrevia, mas preciso repetir isso e entender aquilo, que não é porque o rio fez a curva por detrás da colina que ele não vai ser mar. né?

E por falar em memória, as fotos do nosso último encontro se apagaram misteriosamente. O tempo é ou não é irônico?

Mas eu vim aqui para falar de amor... Amor por um tempo, por um beco e por 3 garotas. Aqui me aquieto e deixo que camões que entende de dor que não dói, fale por mim:


Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,
Que, como um acidente em seu sujeito,
Assim com a alma minha se conforma,

Está no pensamento cono ideia;
O vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.




Dedicado a 4 garotas (incluindo a mim mesma) que ainda existem num beco eterno.



(Nica )

24.7.10

Eu escrevo


Eu escrevo.


Não escrevo pra você.
Não escrevo pra mim.
Não escrevo pra ele nem pra ela.
Nem pro senhor nem pra senhora.
Nem pro pequeno nem pro grande.
Nem pro feio nem pra bonita.


E não escrevo nem feio nem bonito.
Não escrevo nem bem nem mal.
Não escrevo nem isso nem aquilo.

Não escrevo pra você, não escrevo bem e não escrevo aquilo.


Eu escrevo.
Só escrevo.
.
.
.
.
.
POPS

28.6.10

E...


e hoje?!


nenhum novo trabalho.
nenhum novo confronto.
nenhum novo término.
nenhuma nova exigência.
nenhuma nova reclamação.
nenhum novo desejo.
nenhum novo encontro.
nenhuma nova ilusão.
nenhuma nova decepção.
nenhuma nova descoberta.
nenhuma nova viagem.
nenhum novo sentimento.
nenhuma nova novidade.
nenhum novo.
nenhuma nova.

e hoje?!

criar...
criar...
criar...

pra buscar a felicidade.
eu sou feliz!
felicidade plena, essa sim!

porque ontem eu já dominei o mundo...
.
.
POPS

26.3.10

Nosso mês


Meninas, mulheres e meninas-moças,

Nesse nosso mês, não vou oferecer à vocês um plano de saúde pra que você possa ir sem preocupação ao ginecologista, fazer o seu exame de mama, exame de útero, papa nicolau etc.

Nem vim oferecer um plano SPA, daqueles que por uma quantia fixa você vai ao salão fazer o que quiser no cabelo, nas unhas, massagens mil, drenagem linfática, ofurô com pétalas de rosa, hidromassagem... Vai sonhando... isso não existe.

Eu vim pra dizer parabéns! Pra vocês que são mulheres fortes, determinadas, decididas, guerreiras, companheiras, namoradas, esposas, mãe...

Eu vim dizer parabéns pra você que não é mera mulherzinha!!

Um beijo especial pras Marias Salinas! Algumas das mulheres da minha vida.

Misha

27.2.10

O período que precede o início


Dia 01 de março, segunda-feira próxima é meu aniversário. Essa não! Estou no meu inferno astral!

Sabe aquele período em que você não consegue fazer nada por você mesma, não tem concentração, faz uma retrospectiva do ano anterior e tudo fica invertido?

Atribuir todos os azares, angústia, frustação, raiva e mais sei lá o quê a esse inferno astral, seja talvez meu bode expiatório. Assim, fujo da responsabilidade.

Esse assunto gera polêmica até nos mais conceituados astrólogos filosóficos e estudiosos.

Quando o assunto é inferno astral, você pensa que tudo então é permitido? É. Porque se uma mulher com TPM pode não ser condenada a cadeia porque matou o marido, então no inferno astral muito menos!

Calma, gente, não é bem por aí!

Só tem um probleminha: somos donos de nosso destino e, como os astrólogos devidamente formados filosoficamente sempre dizem, não existe uma influência "benéfica" ou "maléfica" vinda de fora de nós mesmos. Nós fazemos as coisas acontecerem.


Misha

27.10.09

uma hipótese e nada mais...


ah, destino.
um conspirador.
e nunca se sabe se contra ou a favor.
prega em mim suas peças e um quebra-cabeça inteiro é formado por elas.

ah, amor.
um traiçoeiro.
perigo, daqueles certeiro!
faz graça e desgraça.
e há quem com ele se importe.
espertos são aqueles que acreditam na bendita sorte!

mas, oh, quanta coincidência!
se parecem.
se completam.
se merecem...

cumplicidade amedrontadora.
o destino tem um pacto com o amor...
.
pops :)

28.9.09

"It ain't me, babe"




não dizer a verdade e perder para sempre...
assumir sentimento e desperdiçar mais muitas oportunidades...
silencio, pra (res)guardar.
fingir, pra ver no que dá!




e se passar ?
não és o primeiro nem o único!








Pops


:)